22 de novembro de 2011

Refletindo...

Se é o amor o início e o fim de todas as coisas, que dizer daquele que não o tem?
Não o tem para si, não pode oferecer amor ao outro, não tem a quem amar...
Diríamos nós que quem assim vive perdeu sua essência.
Mas como haveria de perdê-la se nunca a teve?
Pois é o amor a essência de todas as coisas, de todos os mundos, todos os medos.
É o amor a essência do ser. Não tendo amor não temos nada.

15 de maio de 2011

Sobre o Tempo e a Vida

Muitas vezes tenho vontade de escrever sobre determinado assunto, mas sem querer parar o que estava fazendo, faço um lembrete mental e penduro em algum lugar aquela inspiração, pensando que talvez ela não se magoe e resolva voltar no momento em que eu estiver um pouco menos ocupada.
Assim, vou adiando assuntos, assim empurro as reflexões possíveis para algum canto escuro e atiro prováveis conclusões para debaixo do tapete do esquecimento. Na verdade, atiro tudo numa imensa correnteza, que segue seu curso – como aliás, deve ser – e jamais tornarei a pensar no mesmo assunto da mesma forma. “Tudo muda o tempo todo”, já cantaram. E é verdade. Podemos até ir ao canto escuro buscar as tais reflexões lá esquecidas, mas as conclusões que tiraremos daí serão bem diferentes daquelas que teríamos na semana passada, ontem ou a um minuto atrás.
O tempo se escoando e todas as mudanças decorrentes desse derramar constante me fazem sentir meio impotente. Tempo é o que temos de mais precioso, no entanto, não nos pertence.
Hoje vi umas fotografias de meus filhos pequenos e olhando-as percebi o quanto o tempo se foi de mim sem que eu me desse conta. Minha filha já tem doze anos e quando ela nasceu não existia máquina digital. Ou melhor, até existia, mas era luxo para muito poucos. As fotos dela até os quatro ou cinco anos foram todas feitas com aquela velha máquina fotográfica que comportava um rolo de filme, normalmente de 36 poses, para a revelação sair mais barata.
Mas não é sobre evolução ou inclusão tecnológica que fala este texto. É sobre o tempo.
Eu olhando as fotos e lá se vão doze anos! Alguns dirão: “É pouco tempo”. Mas para outros, como minha filha, é toda a vida dela.
Pude notar que meu olhar perdeu certa inocência, minha pele perdeu o frescor... Mas ganhei também: alguns quilos a mais, manchas na pele, marcas de expressão... As fotografias me mostram isso.
No entanto, há algo mais. Algo que nenhuma fotografia é capaz de mostrar, de contar. Algo que aconteceu dentro de mim. Uma transformação tão lenta e imperceptível que não me dei conta de que estava ocorrendo. Não sou assim, como a lagarta, que se escondem em um casulo para depois ressurgir como uma linda borboleta. Fiquei aqui e fui vivendo, mudando.
E enquanto por fora fui me ‘desgastando’, sofrendo a ação degenerativa e perfeitamente natural do tempo, meu interior foi se colorindo, se redesenhando de cores e formas cada vez mais alegres e vibrantes. Minha  pele não tem mais o frescor que tinha aos 18 anos, é verdade. Mas aos 18 eu acreditava saber muitas coisas. Hoje, aos 33, já posso dizer com segurança: Nada sei!
E isso foi o que de melhor me aconteceu, eu tomar consciência de que hoje somos menos sábios do que seremos amanhã. E que aos 40, eu com meus cabelos tinturados para esconder os fios brancos, talvez esteja mais próxima de ser verdadeiramente feliz. E sabe por quê? O tempo se escoando tão rapidamente me faz perceber o quanto é importante valorizar todos os detalhes da minha vida. Cada diz que se vai é um a menos com meus filhos, meu marido, minha mãe, meus amigos. Não vou desperdiçar momentos preciosos com tolices.
 Eu aprendi a viver cada dia como se fosse o último e acho que agora estou tateando o caminho certo, mesmo porque “Felicidade” não é um lugar onde se chega, mas o que se vive durante todo o caminho percorrido é que devemos entender como o “Ser Feliz”.